Jardim Marjorelle - Um dos Oásis do Marrocos

"Mexe qualquer coisa dentro, doida

Já qualquer coisa doida, dentro, mexe"

Marrakech tem essa coisa doida que mexe com a gente. Aliás, o Marrocos como um todo tem qualquer coisa doida, ou muita coisa doida que mexe com os nossos sentidos todos juntos e ao mesmo tempo. Um país cheio de contrates e de oásis no meio dos caminhos. Tem oásis em pleno deserto e tem oásis no meio das cidades barulhentas e movimentadas.

Em Marrkech (ou Marraquexe), cidade de cores exóticas, com sua Medina barulhenta, praça onde várias manifestações culturais acontecem ao mesmo e cheiro a especiarias se espalha, podemos encontrar um ponto de calmaria, O Jardim Majorelle.

O acesso ao Jardim Marjorelle é em uma área mais nove e moderna de Marrakech. Por ali já sentimos a diferença no ritmo da cidade. Consideravelmente mais tranquilo do que nos arredores da Medina e da Praça Jemaa El-Fna. Mas é a partir do momento em que entramos no jardim que sentimos uma espécie de isolamento do mundo exterior. Os ruídos e agitação são substituídos por calmaria e sons da natureza.

O jardim com cerca de três mil espécies de plantas exóticas, inspirado nos jardins islâmicos, decorado com lagos, pérgulas, fontes, vasos em cerâmica e alamedas não é tão grande. Na verdade é do tamanho certo para ser aconchegante e dar aquela vontade de ficar ali simplesmente contemplando a harmonia do local. 

 

Ao caminhar pelas alamedas e observar a variedade de espécies de cactos, plantas exóticas é difícil imaginar que ali, nos anos 20, existia apenas um palmeiral.

Dá para perceber que cada árvore, cada planta, cada flor, foi colocada harmonicamente criando, efeitos de luz e sombra.

As plantas raras e únicas de todo o mundo, foram adquiridas por Majorelle durante suas viagens durante um período de 40 anos.

Em 1931 Mrjorelle contrata o arquiteto Paul Sinoir para construir em estilo mourisco e art déco aquela que seria sua residência e atelier. Hoje funciona o Museu Bérbere.

Mas é em 1937 que artista, inspirado em uma tinta original do século XV feita a partir de pedras semi-preciosas lapis lazuli esmagadas, cria o Azul Marjorelle, um azul belíssimo ultramar/cobalto simultaneamente intenso e claro.

Com essa cor ele pinta as paredes da sua casa e tudo o mais que ornamenta o jardim que cerca a residência.

Fontes, lagos, jatos de água, vasos em cerâmica, alamedas, pérgulas tudo combinando perfeitamente. Coisa de artista. Uma obra de arte.

Porém não só de dias lindos viveu o jardim. Por questões de saúde e financeira Marjorelle teve que retornar a Paris onde faleceu em 1962. O jardim ficou abandonado até que Yves Saint Laurent e Pierre Bergé compraram o espaço em 1980. 

Lá eles restauraram, rebatizaram de Villa Oásis, e viveram até os últimos dias. 

A paixão de Yves Saint Laurent "por aquele oásis onde as cores de Matisse se misturam com as da natureza"  era tão grande que suas cinzas foram dispersadas no roseiral da Villa Oásis.

Eu saí desse passeio pelo Jardim Morjorelle e do Museus Berbere totalmente totalmente revigorada, inspirada e encantada com tanta beleza, harmonia e tranquilidade.

Pronta para fechar a minha visita a Marakech, essa cidade que mexe qualquer coisa dentro doida da gente, e começar o meu caminho de volta para Casablanca e retorno para o Brasil.

Esse é o nono post do projeto #100EM1 que consiste em visitar 100 lugares no período de 1 ano e vi no blog Parafraseando com Vanessa. Achei que o projeto é uma ótima oportunidade para nos estimular a sair da rotina, buscar o novo, trazer aprendizado e reflexões. Dessa vez conheci um local novo dentro de um já conhecido.

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