sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Turistando na Praça Tiradentes



Que eu adoro fazer turismo, passear, viajar, isso não é novidade pra quem me conhece e/ou me acompanha aqui no blog. Nem sempre dá para sair viajando mundo afora. Mas sempre dá para turistar na própria cidade. É simples, é fácil e barato.

Basta escolher um local que a gente não conhece ou até mesmo um já bem conhecido e se dirigir pra ele sem pressa, com os olhos atentos de quem busca novidades, com a curiosidade de quem nunca passou por ali e com a vontade de aproveitar ao máximo de quem nunca mais vai voltar. 

Ontem à noite eu estava com uma vontade louca de fazer turismo e o primeiro lugar que me veio à cabeça foi a Praça Tiradentes. 

Por que a Praça Tiradentes? Por ser uma região bem particular do centro do Rio, um local em que as pessoas passam apressadas indo e vindo do trabalho ou para as compras na SAARA. Por ser um local cheio de histórias (foi bem perto dali que Tiradentes foi enforcado na esquina da Rua Senhor dos Passos com a Avenida Passos), cheio de prédios históricos (por exemplo, em 1821, o então príncipe-regente, D. Pedro de Alcântara, jurou fidelidade à Constituição Portuguesa na sacada do Real Teatro São João onde hoje é o Teatro João Caetano. Após esse fato a praça passou a ser chamada de Praça da Constituição).  As pessoas passam por ali sem nem se dar conta de que estão pisando em uma área que outrora (ai gente, tô usando outrora) pantanosa, que durante muito tempo foi local de pastagem de vacas e já se chamou Campo da Cidade.

Além de todo esse passado histórico, a área da Praça Tiradentes é bem cultural e tem uns pontos bem legais para se visitar que eu vou mostrar aqui no post.

Eu aproveitei para não só ser turista na minha cidade, como para ser guia de uma amiga que até então era uma dessas zilhões de pessoas que passam pela Praça Tiradentes sem se darem conta do que está ao seu redor.

O nosso percurso foi o seguinte: pegamos o metrô e saltamos na estação Uruguaiana. Saímos pela saída Senhor dos Passos e seguimos pela Rua dos Andradas até o ponto:


1 - Largo de São Francisco

Assim que chegamos encontramos a estátua de José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência, com a Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula que dá nome ao largo. Fomos logo para a igreja para agradecer. Gratidão sempre faz bem. O interior dessa igreja é belíssimo. Vale muito a pena entrar, não apenas para fazer pedidos, mas para agradecer e admirar.


Saímos da igreja em direção ao nosso segundo ponto, mas antes passamos em frente ao Instituto de Filosofia, Ciências Sociais e História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um prédio é bem bonito, apesar de não estar muito bem conservado. Sabia que ali  foi planejada a construção da nova catedral? Mas não foi a frente, pois a construção foi suspensa após a morte do então governador e capitão-geral da capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade. Com a vinda da família Real para o Brasil, as estruturas do que seria a nova catedral foram aproveitadas na construção da Escola Central, que depois veio a ser a Academia Real Militar e Escola Politécnica.

Demos aquela olhadinha de fora para a Facul, nos lembramos de algumas histórias de namoricos com ex-estudantes e seguimos para o nosso próximo ponto de parada.

2 - Real Gabinete Português de Leitura


Lindo, belíssimo, maravilhoso. Uma instituição privada que fica aberta ao público com centenas de milhares de livros. Na verdade são cerca de 350.000 volumes (milhares de obras raras). A grande maioria dos exemplares é destinado à literatura portuguesa, mas tem livros em todas as línguas.

A gente pira lá dentro. Não sabe nem pra onde olha.


Se olha para as paredes com as intermináveis prateleiras abarrotadas de livros milimetricamente arrumados.


Se olha para o belíssimo vitral no teto com o lustre maravilhoso.


Ou para o piso colorido.


É lindo, vale muito a pena a visita e a biblioteca está aberta ao público nos dias úteis e para ser associado da instituição as inscrições poderão ser feitas diariamente na Secretaria. 

Serviço:
Rua Luís de Camões, nº 30 – Centro – Rio de Janeiro
Horário de Funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas

PS: O Real Gabinete Português de Leitura está com obras de restauração. Hoje a fachada estava coberta por telas. A foto da frente da biblioteca é de outra visita que eu fiz.

Depois de fazer muitas fotos, perguntar alguns detalhes para os funcionários e admirar bastante o local seguimos pela Rua Luís de Camões até o número 68 para a nossa terceira parada.

3 - Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica.

O espaço está instalado em um prédio do século XIX, tem um café, galerias para exposições que recebem mostras de artistas nacionais e estrangeiros e uma sala de conferência. Além de abrigar, preservar e divulgar a obra do artista plástico Hélio Oiticica.


Apesar do convite (todo pichado) na porta para que o público entre, o local normalmente é bem vazio.


Nós vimos as três exposições em cartaz no momento totalmente sozinhas.


Adorei a exposição "Nos Limites do Corpo", resultado de uma residência artística no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, com obras dos artistas Cristina Salgado, Gabriela Mureb, Hélio Carvalho e Roberta Barros.


Eu não entendo um centro cultural ficar tão vazio com tanto movimento na porta. Arte mesmo se for ruim é bom. 

Bom, saindo do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica entramos na primeira rua bem em frente, a Rua Imperatriz Leopoldina (lembre-se que estamos em uma área totalmente histórica) e seguimos em direção à Praça Tiradentes. 

É lá que está localizada, segundo historiadores, a mais antiga estátua do Rio de Janeiro, o Monumento a D. Pedro I, feito pelo escultor francês Louis Rochet a mando do próprio Imperador. No topo do monumento está D.Pedro I em seu cavalo (não é Tiradentes, não) e abaixo tem quatro alegorias que simbolizam grandes rios brasileiros: São Francisco, Madeira, Amazonas e Paraná (um pouquinho de aula de Geografia pra criançada).


Ali na praça caminhando para o nosso quarto ponto de visitação encontramos as estátuas de Mahurin Moreau que foram encomendadas pelo paisagista Glaziou para compor um conjunto com o Monumento a D. Pedro I e chegaram ao Brasil em 1863. As estátuas representam a Liberdade.


E a Justiça. Bem atrás da estátua da Justiça está o nosso quarto ponto de visitação.



Já falei dele aqui no blog em duas ocasiões: "Centro SEBRAE de Referência do Artesanato Brasileiro" quando fiz um passeio com a minha irmã e na minha primeira visita ao centro quando as obras ainda estavam em andamento, quando fui ver a "Exposição Potência do Olhar".

Dessa vez a exposição em cartaz é "Serpentinas" que fala do Carnaval Carioca. Ri muito com as frases. A exposição está colorida, alegre e irreverente.



Depois de ver a exposição aproveitamos para fazer um lanchinho rápido no café que já está aberto, passamos na midiateca que é bem legal e fomos curtir a vista no jardim aberto. Pena que estava chovendo.


Saímos do CRAB e seguimos o caminho de volta passando pela Praça Tiradentes, dando uma olhadinha no prédio do Teatro Carlos Gomes e lá na Rua dos Andradas, já chegando ao metrô paramos para um pastel com laranjada. 
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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Um comentário:

  1. Adorei as dicas. Já entrei no Real Gabinete, mas não me demorei e nem explorei muito o lugar, o CRAB visitei com vc e Fernanda Reali. Sou louca para conhecer o Centro Hélio Oiticica, não sabia que era tão perto. Obrigada pelas dicas.

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