Algo que muda o meu caminho é uma livraria. Gosto de entrar, olhar, sentir o cheiro. Quando a livraria tem um café, eu não resisto. Gosto de pegar um livro aleatoriamente que tenha me chamado a atenção por um motivo qualquer, sentar no café, ler algumas páginas enquanto saboreio algo. Já contei isso neste post AQUI. Na maioria das vezes acabo adquirindo o tal livro e terminando a leitura para casa.
Tenho feito isso muito pouco. Na verdade desde que começamos esse período sem fim de quarentena, isolamento e distanciamento, essa foi a segunda vez que entro em uma livraria. E a primeira que me sento no café.
Entrei e fui direto para a minha bancada preferida, a de livros de viagens. Sempre encontro sonhos por ali. Uma capa me chamou a atenção atraída pelos meus dias no Marrocos: "A Casa do Califa - Um Ano em Casablanca".
E funcionou. A leitura que começou no café terminou em casa.
Bom eu já tinha estado no Marrocos no Epcot Center na Disney com as minhas filhas. Elas até têm o carimbo na passaporte da Epcot. Lá, nessa pequena mostra, eu já tinha me encantado com as cores e os azulejos. No início desse ano eu fiz uma raod trip pelo Marrocos que não sai da minha mente.
Eis que Tahir convence a sua esposa a mudar para o Marrocos. Entre viagens para escolher onde morar: Fez, Marrakech, um período de desistência do sonho, chega a oportunidade de comprar uma casa em Casablanca e ela abraça. Mas essa não é uma casa qualquer.
Tahir e sua família se instalam em um único cômodo e iniciam o processo da reforma da Casa do Califa.
A escrita de Tahir me encantou e envolveu. Momentos que de tão esdrúxulos para nós de cultura ocidental se tornam até engraçados. Outros, envolvendo a cultura, a fé, alguns rituais islâmicos me pareceram angustiantes. Por muitas vezes me fez pensar: como ele não desiste? Como ele consegue se adaptar a todas as adversidades e conviver, e ainda achar certa graça, com os caseiros, o imã, o gângster na rua e os moradores de favelas em sua porta? Exatamente por que ele enxerga alma, vida, movimento em tudo isso e por causa desse olhar Tahir não desistiu e mora em Casablanca até hoje.
Como eu não conhecia o autor, fui pesquisar: "Tahir Shah é um autor, jornalista e documentarista britânico de ascendência afegão-indiana autor de quinze livros, muitos dos quais narram uma ampla gama de viagens bizarras pela África, Ásia e Américas. Para ele, não há nada mais importante do que decifrar as entranhas ocultas das terras por onde passa. Evitando percursos turísticos bem conhecidos, ele evita monumentos famosos, preferindo se posicionar em uma esquina movimentada ou em um café empoeirado e observar a vida passar. Insistindo que todos nós podemos ser exploradores, ele diz que podemos encontrar maravilhas onde quer que estejamos - é apenas uma questão de ver o mundo com novos olhos."
Acredito plenamente que as maravilhas estão ao nosso redor, precisamos apenas apurar o olhar.
Achei interessante a descrição do livro. Eu também adoro ler e desde que descobri numa feirinha de fim de semana uma banca com edições mais antigas, perco-me por lá. Como os livros são bem baratos é uma maravilha poder escolher e arriscar e tenho-me aventurado em autores que não era habito ler.
ResponderExcluirCoisas de Feltro
Ah... essas feirinhas. Queria eu uma perto de mim para eu me perder.
Excluirbeijos
Chris
Tenho lido pouco e gosto!!! Bj
ResponderExcluirOi Gracinha, eu também estava lendo pouco. Mas essa quarentena me fez melhorar um pouco o meu ritmo de leitura.
Excluirbeijos
Chris
Esse lido parece demais, Chris. Curti bastante o fato de ser ambientado em Marrocos.
ResponderExcluirBeijo.
Cores do Vício
Oi Pathy, comprei justamente por ter se passado no Marrocos.
Excluirbeijos
Chris